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7º Domingo depois de Pentecostes

Foto do escritor: Fraternidade São NicolauFraternidade São Nicolau

A pesca milagrosa




PRAELEGENDUM (Sl. 27)

O Senhor é a minha luz e a minha salvação;

de quem terei temor?

O Senhor é o meu forte refúgio;

de quem terei medo?

Quando homens maus avançarem contra mim para destruir-me,

eles, meus inimigos e meus adversários, é que tropeçarão e cairão.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

Como era no princípio, agora e sempre,

e pelos séculos dos séculos. Amém.



EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São Lucas 5, 1-11


Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré, e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a palavra de Deus.

Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes.

Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo.

Tendo acabado de falar, disse a Simão: "Vá para onde as águas são mais fundas", e a todos: "Lancem as redes para a pesca".

Simão respondeu: "Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes".

Quando o fizeram, pegaram tal quantidade de peixe que as redes começaram a rasgar-se.

Então fizeram sinais a seus companheiros no outro barco, para que viessem ajudá-lo; e eles vieram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase começarem a afundar.

Quando Simão Pedro viu isso, prostrou-se aos pés de Jesus e disse: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador! "

Pois ele e todos os seus companheiros estavam perplexos com a pesca que haviam feito,

como também Tiago e João, os filhos de Zebedeu, sócios de Simão. Então Jesus disse a Simão: "Não tenha medo; de agora em diante você será pescador de homens".

Eles então arrastaram seus barcos para a praia, deixaram tudo e o seguiram.


Glória a Ti, Senhor! Glória a Ti!


La Pesca Milagrosa, Nerina Canzi, 2015.

Homilia de nosso bispo, Mons. Jonas

para o Domingo da Pesca Milagrosa


Neste 7º Domingo depois de Pentecostes, ouvimos de novo, como um refrão, o apelo para deixar tudo e seguir Jesus. Ouvimos no Evangelho de hoje que os discípulos “deixaram tudo o seguiram [Jesus]”. Nunca sentimos esse chamado em nossos corações? Quanta vontade de ser discípulo de Jesus, de viver como Ele e com Ele! Esta chamada não é apenas um apelo externo; é um desejo do nosso coração, uma prova interior de que existe vida real, existe um sentido sublime para a nossa vida: felicidade, paz, confiança e sobretudo a doçura do amor.

Eu também quero ser cristão, disseram alguns pagãos, vendo como os cristãos são felizes e até vendo a alegria dos mártires. Eu também quero ser um discípulo, quero fazer parte do círculo de amigos do Senhor. Eu quero segui-lo para estar com Ele todos os dias da minha vida.


Jesus não é qualquer mestre

Mas não vamos à escola de Jesus como qualquer outro mestre. Jesus nos ensina com a própria vida. Ele veio ensinar e mostrar como a vida deve ser vivida, porque Ele é a Palavra divina, a Palavra em pessoa. Jesus é Mestre, Rabino, Professor... Ele ensina aos homens e às mulheres a vontade do Pai; Ele põe em suas bocas um pedaço do pão essencial e diário da palavra do Pai; Ele faz de seus ouvidos uma boca para comer e beber suas próprias palavras. Nenhum homem ou mulher, nenhum profeta, nenhum guru, nenhum rabino, nenhum professor espiritual jamais falou como Ele fala, pois Ele fala com o poder do Espírito que habita em si. Ele fala com palavras e fala com ações, multiplica os peixes do mar ou acalma o mar com uma só palavra. Nenhum fazedor de milagres, nenhum mágico jamais fez as obras que Jesus fez.

O Evangelho nos convida a seguir Jesus. Não a seguir pensamentos humanos, passageiros, nenhum grande iniciado, nenhum estudioso da terra, do ar, do fogo ou da água; nem seguir qualquer líder que se diz cheio de poderes, carismático, agitador político, falso messias ou líder de multidão.

Seguir Jesus exige compromisso consigo mesmo, com Ele e com o próximo. Com o seu Reino, com a sua mensagem, com o seu exemplo de vida.


Confiança e espanto

Todas as ciências, todos os poderes, todas as doutrinas, todos os dons, todas as teologias, todos os comentários e as exegeses das grandes escolas judaicas, gregas ou cristãs - tudo isso, como o próprio sol, empalidece diante da própria Pessoa da Palavra que, com o Pai e o Espírito, criou o céu e a terra e tudo o que eles contêm. Impressionante e surpreendente é sua única presença; avassaladora é cada palavra de sua boca divina. Os discípulos "ficaram perplexos", atônitos, mudos diante da Palavra criadora; profundamente conscientes de sua condição diante da santidade do três vezes Santo: "Afasta-te de mim, pois sou um homem pecador!"

"Santo Deus! Santo Forte! Santo Imortal! Tem misericórdia de mim, pecador!"

Não tenhamos medo, não nos preocupemos, falemos com Jesus no segredo do nosso coração; sigamo-Lo, sejamos seu discípulo, consagremos o nosso coração e a nossa vida Àquele que faz novas todas as coisas. Amém.


Diz-nos o bispo

São João de Saint-Denis:

"A oração coloca o homem na consciência brutal das coisas objetivas.

Tomemos a oração mais simples, a do Nome de Jesus: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim”. Vamos colocar isso na nossa frente.

“Tem misericórdia de mim”: o eu mental imediatamente exclama: “Mas é egoísmo - Por que não dizer: tem misericórdia de nós? Por que desejar minha salvação, meu perdão, sem incluir os outros? Ou então pensará: "Sim, sou pecador, mas não preciso de piedade". O pecador sente a ferida da autoestima causada pelo pecado mais do que o desejo da misericórdia divina. Os Padres conhecem essa atitude entre seus penitentes. Estes últimos são especialmente atingidos por faltas que afetam sua dignidade e prestam pouca atenção aos pecados reais. Os Pais espirituais às vezes pedem que os pecados sejam escritos, e os penitentes quase sempre ficam profundamente surpresos ao ver um pecado que dificilmente consideram sério. É o que fará São Paulo dizer: "Não julgo ninguém, mas vós não vos julgais, porque não podeis".

A oração paciente nos força a nos objetivar. Estas seis palavras: “Senhor Jesus Cristo, tem misericórdia de mim”, em primeiro lugar serão estranhas. Talvez uma dessas palavras nos toque, mas não expressará a totalidade da oração. Algumas almas gostariam de repetir: "Tende piedade". Outros sentirão uma certa alegria em dizer o Nome de Jesus novamente, mas a oração em si deve ir além dos estados da alma.

Jean de Saint-Denis [Eugraph Kovalevsky]. Technique de la Prière: Premier cours de la Technique de la Prière de l'évêque Jean. Les Éditions de Forgeville, 2015.




ORAÇÃO

(da Coleta, da Divina Liturgia Galicana)


Senhor Jesus, bispo de nossas almas, que realizais as obras de vosso Pai e de nosso Pai, dai fecundidade aos nossos trabalhos, às nossas vigílias e às nossas orações.

Conceda-nos a iluminação de sua revelação.

Nessa demonstração de seu poder, levaremos nossos corações e os de nossos irmãos e irmãs ao louvor de seu Nome, bendito com o do Pai e do Espírito Santo, a quem seja dada glória, honra e adoração pelos séculos dos séculos.

Amém.




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