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2oº Domingo depois de Pentecostes

O verdadeiro maná



PRÆLEGENDUM (Sl. 80, 17.2)

Ele os alimentou com a flor do trigo, aleluia,

e os satisfez com o mel da rocha, aleluia, aleluia.

Exultai em Deus nosso protetor:

regozijai-vos em honra do Deus de Jacó.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

Como era no princípio, agora e sempre,

e pelos séculos dos séculos. Amém.



📖 EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São João 6, 48-59

Naqueles dias, disse Jesus ao seus discípulos: Eu sou o pão da vida. Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne.

Aí eles começaram a discutir entre si. E perguntavam:

— Como é que este homem pode dar a sua própria carne para a gente comer?

Então Jesus disse:

— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é a comida verdadeira, e o meu sangue é a bebida verdadeira. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim, e eu vivo nele. O Pai, que tem a vida, foi quem me enviou, e por causa dele eu tenho a vida. Assim, também, quem se alimenta de mim terá vida por minha causa. Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre.

Jesus disse isso quando estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum.


Te louvamos, Senhor!



HOMILIA

Mons. Jonas, eparca para o Brasil


Deus Pai prometeu vida eterna


Queridos irmãos, queridas irmãs...

Em nossas sofisticadas sociedades ocidentais, algumas pessoas imaginam que podem alcançar a vida eterna por meio da tecnologia de ponta e da neurociência, o que lhes daria imortalidade, invulnerabilidade e onisciência. Mas a vida eterna da qual Jesus fala no Evangelho de hoje é de outra ordem! Ela não é deste mundo, pois Ele diz: "Aquele que crê tem a vida eterna".


A herança que Deus nos promete não está em nenhum poder humano, mas na ordem da fé, ou seja, em um relacionamento vivo entre Deus e e nós, seus filhos amados. Quando esse relacionamento se enfraquece em decorrência das provações da vida, Deus pode intervir e restaurar a coragem por meio de coisas muito simples, quase cotidianas. Para nós, que caminhamos na Amazônia, pode ser a descolberta de lindo açaizeiro, ou de uma palmeira carregada de pupunha...


No Evangelho, ouvimos os judeus na sinagoga de Cafarnaum falarem com certo incômodo em seu tom de voz sobre Jesus, que está ali na frente deles e os ouve: "Não é este Jesus, o filho de José? Nós conhecemos bem seu pai e sua mãe. Então, como ele pode agora dizer: 'Eu desci do céu'?" Em Belém, e por quase 30 anos de sua vida em Nazaré, os judeus foram incapazes de penetrar no segredo de Jesus, revelado aos simples e aos pequeninos: ele é o "Verbo feito carne", o Filho de Deus que se tornou homem. De agora em diante, a cegueira deles só piora diante da ação profética de Jesus, que desperta neles interesses sociais, econômicos e até políticos, e os torna incapazes de acreditar nele, embora nele se encontre a vida eterna da qual todo homem tem sede!


Irmãos e irmãs, estamos realmente tão certos de que vemos claramente e acreditamos no Filho? São Paulo, um judeu convertido, nos dá uma maneira eficaz de fazer isso... e é isso que ouvimos na segunda leitura: Eliminar de nossas vidas como casal, na família, na comunidade, no trabalho... qualquer amargura oculta, qualquer raiva estrondosa contra os outros, exercitar a ternura quando houver necessidade de perdão... Daqui a pouco, quando o Pão Eucarístico nos for apresentado, será que nos lembraremos e seremos capazes de acreditar no que Jesus nos disse há pouco: "Se alguém comer deste pão, viverá para sempre"? A vida eterna... é difícil de pensar, de imaginar... Mas podemos recebê-la por meio da fé. É por isso que oramos: Pai, dê-nos a capacidade de crer em seu Filho e de esperar a ressurreição que Ele promete aos seus amados filhos e filhas!


O primeiro ato do Filho de Deus foi nascer em Belém, a "casa do pão", em uma manjedoura: desde o momento de seu nascimento, ele foi o "pão vivo" oferecido à humanidade. Seu último ato no momento de sua morte na cruz foi oferecer a refeição da Páscoa a seus 12 apóstolos, onde lhes deu pão e disse: "Isto é o meu corpo". Ele os preparou com bastante antecedência para essa palavra surpreendente, pois, em São João, foi no início de sua vida pública que ele disse-lhes a palavra que ouvimos e que escandalizaria muitos dos que o seguiram: "Eu sou o pão vivo... O pão que eu darei é a minha carne". Desde então, Jesus nunca deixou de se dar como o alimento da vida eterna aos seus discípulos em cada Eucaristia, e eles respondem: "Amém", "Eu creio, Senhor". Assim, animados e renovados ao longo de nossa peregrinação acidentada na terra, podemos nos tornar o corpo e o sangue de Cristo, pão vivo para todos, antecipando a Páscoa eterna da Igreja na glória de Deus. A oração expressa no refrão do Praelegendum ecoa em nossos corações: "Ele os alimentou com a flor do trigo, aleluia,

e os satisfez com o mel da rocha, aleluia, aleluia".


Ao assimilar o pão vivo que desceu do céu, o homem que se tornou filho/filha de Deus em seu Filho passa, sob a influência do sopro do Espírito Santo que habita nele cada vez mais, a se voltar para a fonte de toda a vida, Deus Pai. O discípulo, alimentado pelo Corpo do Senhor, é atraído para a própria dinâmica de seu Senhor, que veio do Pai e retornou ao Pai. As orações da Igreja na Divina Liturgia expressam a resposta do homem que entrou em comunhão com o pão vivo. No início da celebração, rezamos o seguinte: "Vós, a quem já podemos chamar de nosso Pai, fomentai em nossos corações um espírito de amor filial". Mas foi acima de tudo a oração eucarística, na qual o pão comum foi transformado em pão vivo, que nos voltou inteira e constantemente para o Pai, o Senhor da infinita bondade... até a aclamação final cantada pelos sacerdotes, à qual a congregação respondeu com um triplo "Amém", expressando sua fé e ação de graças.

"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Amém" (Ef 1,3).



ORAÇÃO

(da Coleta, da Divina Liturgia Galicana)


Deus todo-poderoso e eterno, que outrora alimentastes vosso povo no deserto com o misterioso maná e nos deixastes um memorial perpétuo da morte e ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, por meio do sacramento de seu Corpo e Sangue; nós vos suplicamos que nos conduzais também da morte para a vida por meio da comunhão com esse alimento celestial; por meio desse mesmo Jesus Cristo, que vive e reina convosco e com o Espírito Santo, um só Deus pelos séculso dos séculos. Amém.











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