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2º Domingo depois da Páscoa

O Bom Pastor



PRÆLEGENDUM

Cristo ressuscitou dos mortos, aleluia!

Por meio da morte Ele venceu a morte,

aos que estavam nos túmulos Ele deu vida.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

Como era no princípio, agora e sempre,

e pelos séculos dos séculos. Amém.



HINO

Na sua dor os homens encontraram

Uma pura semente de alegria,

O segredo da vida e da esperança:

Ressuscitou o Senhor!


Os que choravam cessarão o pranto,

brilhará novo Sol nos corações,

Pode o homem cantar o seu triunfo:

Ressuscitou o Senhor!


Os que nos duros campos trabalharam

voltarão entre vozes de alegria,

Erguendo ao alto os frutos da colheita:

Ressuscitou o Senhor!


Já ninguém viverá sem luz da fé,

Já ninguém morrerá sem esperança;

O que crê em Jesus venceu a morte:

Ressuscitou o Senhor!


Louvemos a Deus Pai eternamente

E cantemos a glória de seu Filho

Com o Espírito Santo que nos ama:

Ressuscitou o Senhor!



Evangelho de Jesus Cristo, segundo São João 10, 11-16

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a sua vida por suas ovelhas. O mercenário, porém, o que não é pastor, de quem não são próprias as ovelhas, vendo chegar o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo rouba e dispersa as ovelhas. O mercenário foge, porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas me conhecem. Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, eu dou a minha vida por minhas ovelhas. Outras ovelhas tenho eu ainda que não são deste aprisco. É preciso que eu as chame também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.

Te louvamos, Senhor!




Homilia

Mons. Jonas, Eparca do Brasil

O Bom Pastor, 23 de abril de 2023


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.


Queridos irmãos e irmãs,

É uma alegria imensa reencontrá-los para nossa Divina Liturgia neste Tempo Pascal.

Nosso último encontro foi no Domingo da Ressurreição, onde comemoramos a nova vida conquistada por Jesus à cada um nós.

Jesus ressuscitou! Verdadeiramente, Ele ressuscitou! Esta é a nossa fé.


Neste Segundo Domingo de Páscoa, recordamos a figura de Jesus, o Bom Pastor, já em preparação ao Pentecostes.

Gostaria de iniciar recordando as palavras de nosso Pai espiritual, São João de Saint-Denis, para este Domingo, proferidas em 1952.


Dizia São João de Saint-Denis: "Podemos nos perguntar por que nós, cristãos do século XX [e a nós, cristãos do sécuIo XXI], nos fixamos em imagens que não se ajustam à nossa realidade? Qual de nós encontra no dia a dia ovelhas, rebanhos, pastores? Por que manter em nossa religião essas imagens de pastores de ovelhas que não pertencem mais à nossa era tecnológica, principalmente entre nós que moramos na cidade? É arcaico, inútil? Não seria melhor, ao invés de nomear Cristo: o "Bom Pastor", chamá-lo por exemplo: "Rei, Presidente, Doutor”, ou o que quer que seja? Por que manter essa “pastoral” romântica? É essencial fazer esta pergunta em nosso tempo. Símbolos, imagens, ícones contêm “o eterno”, mesmo que nossa civilização mude. O simbolismo está instintivamente gravado em nós, sejam imagens ou formas. Os símbolos da ovelha e do pastor não são apenas primitivos ou desatualizados; eles mantêm o seu valor".


São João nos convida à considerarmos os símbolos: um pastor, um cajado de pastor, estamos tocando um signo reconhecido em todo o mundo e em todos os tempos. Símbolo: signo em que o significante (realidade concreta) representa algo abstrato, p.ex.: a Cruz, o Pão e o Vinho, o Pastor...


De repente, Cristo declara: “O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas… Eu sou o Bom Pastor”. Quando Cristo diz que dá a vida, pensa na sua morte como Bom Pastor, associa ao martírio esta coisa contemplativa, dedicada a levar os rebanhos ao pasto. Sua morte, como símbolo, atrairá todos para Si.


São João continua: "Qual deve ser a atitude de uma ovelha do rebanho cristão, desejosa de seguir a Cristo? Ele acrescentou: 'Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco'. Cristo fala dos que estão na Igreja e aos que não estão. Então, qual deve ser a nossa conduta? Nunca devemos perder de vista que a plenitude do rebanho, dos que pertencem à Igreja e dos que não pertencem, se realizará quando todos estiverem reunidos. Não somos o todo, somos apenas uma parte. O que isto significa?"


Isto obriga-nos a permanecer fiéis à mensagem do Evangelho, conservada e transmitida até nós hoje pela Igreja de Cristo, a permanecer no aprisco e, fiéis a este aprisco: a Igreja, fiel à voz de seu Pastor, Cristo. A voz de Jesus ressoa nos Evangelhos. Tudo o que disserem sobre Ele e que não esteja refletido nos Evangelhos, é invenção ou deturpação de Sua Palavra. É obra dos maus pastores.


É sobre este fato que Cristo se baseia ao enfatizar que Ele é o Bom Pastor e que aqueles que estavam lá com Ele são suas ovelhas e seu rebanho (dizendo aos judeus, para os quais Ele falou essas coisas naquele dia). Mas também ele diz que existem outras ovelhas que não são deste redil, deste aprisco, ou seja, nós hoje. Este trecho do Evangelho se refere a nós que, ouvindo a voz do Bom Pastor, nos juntamos ao seu rebanho.


Aqui surge um falso problema, diz São João de Saint-Denis: "pensar que, estando no redil, podemos zombar dos outros porque somos os 'salvos' e que os outros estão perdidos. A parábola do Bom Pastor nos dá o tom real: somos membros do rebanho de Cristo, não somos, porém, o único rebanho. É uma atitude de respeito para com o “diferente de nós” e, simultaneamente, fidelidade ao Evangelho e firmeza para evitar os elementos externos, passíveis de penetrar no redil divino".


É a luta contra dois perigos: o fanatismo: de acharmos que “somos tudo!”, os únicos... ou o liberalismo: “queremos fazer a obra de Cristo”. Não, não somos tudo, nem os santos, nem os melhores... assim como não podemos fazer a obra de Cristo, pois só Ele é capaz disso.


Mas, em Nome d’Ele, como Pedro e João fizeram ao paralítico, lá na porta do templo, podemos dizer: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande” (At. 3,6). Quanto bem podemos fazer às pessoas, aos nossos e os que não são nossos, se vivermos verdadeiramente as Palavras, os Ensinamentos de Jesus? Deixando de julgar, de olhar torto ou com desprezo, com preconceito, só poque as pessoas não vivem como nós vivemos, ou como queríamos que vivessem, simplesmente aceitando cada um e cada uma como são, assim como Jesus, o Bom Pastor, nos aceita.


Nós somos chamados a participar da Sua Ceia, a comer e beber seu Corpo e Sangue... isso nos torna mais íntimos do Pastor, nos faz sermos conhecidos por Ele e também nós O conhecermos mais e melhor. Participando de Sua Mesa, convivendo com Ele e com as demais ovelhas do seu aprisco, nos unimos ao seu rebanho.


É a voz do Bom Pastor que em outro momento, convidando suas ovelhas, diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt. 11,28-30). Aqui, meus irmãos e irmãs, é o convite que o Bom Pastor nos faz, de nos aproximarmos d'Ele, confiarmos n'Ele, e descansar em seus braços... confiar a Ele nossas experiências negativas do passado que muitas vezes nos impedem de seguir em frente, nossos momentos de crises, fracassos, decepções, rejeições, erros, pecados, desencantos, rupturas, ressentimentos, memórias negativas, remorsos... é na Mesa, no aprisco, na Igreja do Bom Pastor que encontramos a cura, a libertação de tudo isso, e a oportunidade de recomeçarmos de forma suave e leve.


Ouvimos, na Carta de Pedro: “Ele [Jesus] não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua boca. Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça [Deus]” (1Pd. 2, 22-23). Ouvir a voz do Pastor é seguir o seu exemplo... não somente as Suas palavras, mas o seu jeito, sua maneira, seu exemplo.


Só assim, podemos cantar como o salmista: “Tu és, Senhor, o meu Pastor. Por isso nada, em minha vida, faltará!” (Salmo 22/23).


A Ele seja a honra e a glória pelos séculos dos séculos. Amém!



Referência da Homilia de São João de Saint-Denis: le Bon Pasteur.

Présence Orthodoxe n°16, p. 212.



🙌🏼 Litania pela Igreja

Digamos, com todo o nosso coração e de todo nosso espírito: Senhor, escuta-nos e tem piedade de nós: Kyrie eléison!


Pela paz que vem do alto, a tranquilidade dos tempos, pela santa Igreja que se estende até os confins da Terra, e pela união de todos, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Pelo nosso bispo Primaz, Gregório de Arles e de toda a Igreja da Gália, por nosso bispo Jonas, exarca do Brasil, por todos os bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, e por todos os nossos irmãos e irmãs em Cristo.

- Kyrie eléison!


Por este santo templo, por esta cidade e seus habitantes, pelo nosso amado país Brasil protegido por Deus, seu governo e força de segurança, para que Deus lhes conceda sabedoria, e que assim vivamos em paz, na justiça e liberdade, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Pelos magistrados, monges, virgens, viúvas e órfãos, por todas as famílias, pelos que sofrem sobrecarregados por trabalhos pesados, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Por tempos pacíficos, pela fecundidade dos campos, abundância dos frutos da terra e pela salubridade do ar, do solo, da água e do espaço, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Pelos penitentes, catecúmenos, pelos que buscam a Deus sem poder, contudo, nomeá-lo, pelos que ainda não o buscam e resistem à sua graça, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Pelos confessores do bendito Nome de Cristo, pelos perseguidos, pelos torturados e pelos que torturam; por nossos benfeitores, por nossos irmãos e irmãs ausentes, pelos viajantes em perigo e pelo feliz regresso de todos, pelos que sofrem enfermidades, (em particular por NN. ...) e pelos que estão atormentados pela tristeza, angústia e espíritos impuros, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Por nossos pais e irmãos falecidos que repousam piedosamente aqui e em toda parte do mundo, (em particular, por NN. ...) e por todos os nossos irmãos e irmãs falecidos, para que recebam o perdão de seus pecados e a vida eterna no reino dos céus, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Pos aqueles que perderam suas vidas, vítimas da guerra, por aqueles que estão feridos na carne e no espírito pelos conflitos entre nações, para que Deus os conforte, cure suas feridas e nos restabeleça a paz, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Pelos líderes e governantes das nações, para que o Espírito possa abrir seus olhos e corações e os inspire a tomar decisões justas e propícias à paz, oremos ao Senhor.

- Kyrie eléison!


Para que nos cumule de sua graça por intercessão da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, de São João Batista, o Precursor, de São Miguel Arcanjo e de todos os anjos, dos apóstolos, mártires e confessores, de São Nicolau de Mira, padroeiro de nossa Fraternidade, de São João, bispo de Saint-Denis, patrono de nossa Igreja, e de todos os santos, supliquemos ao Senhor!

- Concede, ó Senhor!


Para que nos conceda o perdão e a remissão de nossos pecados e culpas e uma morte cristã e pacífica, supliquemos ao Senhor!

- Concede, ó Senhor!


Para que nos guarde na santidade e na pureza da fé católica ortodoxa, supliquemos ao Senhor!

- Concede, ó Senhor!


Digamos todos, com todo o nosso coração e de todo nosso espírito:

Kyrie eleison, Kyrie eleison, Kyrie eleison!


Pai Nosso...



🙏 Oração

Ó Cristo Ressuscitado, andávamos errantes como ovelhas perdidas, mas em Ti encontramos o pastor de nossas almas que vela por nós noite e dia, quando te seguimos e quando te esquecemos. Tu és o Bom Pastor que deu a vida pelo seu rebanho. Tu conheces nossos nomes. Deixe-nos ouvir seu chamado como Maria Madalena ouviu sua doce voz chamar seu nome no dia da Ressurreição e ela o reconheceu. Traga de volta ao seu rebanho todos aqueles que vagam sem rumo, para que toda a humanidade forme um só rebanho, tendo apenas um pastor, Tu, Cabeça da Igreja, que é o seu corpo, plenitude que preenche tudo em todos. Suplicamos-te, coeterno com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, tu que amas a humanidade sem limites e que vives e reinas pelos séculos dos séculos. Amém.


😇 Santos do dia


São Jorge, mártir em Lydda (+303)

No século IV, todos os súditos do imperador Diocleciano foram instados a oferecer sacrifícios aos deuses do império. Esta ordem aplica-se especialmente aos militares, porque é o sinal da sua fidelidade às ordens imperiais.

Em Lydda, Palestina, um oficial da Capadócia se recusa. Ele é executado por se recusar a obedecer. A popularidade de seu culto será tal que a piedade popular não poderá contentar-se com os parcos dados da história.

Ele foi cortado em pedaços, jogado em um poço, engoliu chumbo derretido, queimado em um touro de bronze em brasa, dado como alimento às aves de rapina.

A cada vez, São Jorge ressuscita e aproveita para multiplicar os milagres.

A estes embelezamentos mórbidos acrescenta-se, no século XI, a lenda da luta vitoriosa de São Jorge contra um dragão malévolo que simboliza o demónio. O que temos certeza é que no século IV, o imperador Constantino mandou construir uma igreja em Constantinopla. Cem anos depois, há cerca de quarenta no Egito. Nós os vemos subindo na Gália, Ravenna e Alemanha.

As circunstâncias excepcionais de sua morte fizeram com que ele fosse chamado pelos cristãos orientais de "o grande mártir". Seu culto cresceu muito rapidamente. Ele se tornou o santo padroeiro de muitos países, incluindo a Inglaterra e a Geórgia, que leva seu nome.

As Cruzadas contribuíram para dar grande brilho ao culto de São Jorge, especialmente entre os cavaleiros franceses e ingleses. Era legítimo que os cavaleiros o escolhessem como padroeiro.

Fonte: Nominis.



Santos Felix, Fortunato e Achiles, séculos XVI-XVII Museu de Valence, foto Philippe Petiot.

Santos Felix, Fortunato e Achiles, mártires em Valença (+212)

Mártires e fundadores da Igreja de Valença na Gália. Eles foram enviados para lá por Santo Irineu de Lyon e suas façanhas apostólicas levaram à sua prisão e depois ao martírio.

Fonte: Nominis.


São Geraldo, bispo de Toul (+994)

Dedicou-se especialmente às obras de caridade, estabelecendo escolas e hospitais em sua diocese. Nascido em Colônia por volta de 930, sucedeu São Gauzelin como bispo de Toul em 29 de março de 963. Apaixonado por Deus, Geraldo o ama por si mesmo, em seus irmãos, em sua Igreja e em seus santos. Ele mandou transferir as relíquias de São Élophe para Colônia e as de São Goery para Épinal.

Zeloso e incansável pregador do Evangelho, este Pai dos pobres faleceu no dia 23 de abril de 994, após mais de trinta anos de episcopado. É canonizado por São Leão IX, um de seus sucessores.

Fonte: Nominis.





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