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2º Domingo depois de Pentecostes

A fé e a incredulidade



PRÆLEGENDUM (Sl. 13)

Eu confio em teu amor, Senhor;

o meu coração se enche de alegria e satisfação em tua salvação.

Cantarei ao Senhor por todo o bem que me tem feito.

Celebrarei o seu Nome, ó Altíssimo!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

Como era no princípio, agora e sempre,

e pelos séculos dos séculos. Amém.



CÂNTICO DO APOCALIPSE (Ap. 4-5)

Senhor nosso e nosso Deus!

Tu és digno de receber glória, honra e poder,

pois criaste todas as coisas;

por tua vontade elas foram criadas e existem.


Tu és digno de pegar o livro e de quebrar os selos.

Pois foste morto na cruz e, por meio da tua morte,

compraste para Deus pessoas de todas as tribos,

línguas, nações e raças.


Tu fizeste com que essas pessoas

fossem um reino de sacerdotes

que servem ao nosso Deus;

e elas governarão o mundo inteiro.


O Cordeiro que foi morto é digno de receber poder,

riqueza, sabedoria e força, honra, glória e louvor.

Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro

pertencem o louvor, a honra, a glória e o poder

pelos séculos dos séculos. Amém.



EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São Marcos 6, 1-13


Naqueles dias, Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram:

— De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui?

Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse:

— Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa.

Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali.

Jesus ensinava nos povoados que havia perto dali. Ele chamou os doze discípulos e os enviou dois a dois, dando-lhes autoridade para expulsar espíritos maus. Deu ordem para não levarem nada na viagem, somente uma bengala para se apoiar. Não deviam levar comida, nem sacola, nem dinheiro. Deviam calçar sandálias e não levar nem uma túnica a mais. Disse ainda:

— Quando vocês entrarem numa cidade, fiquem hospedados na casa em que forem recebidos até saírem daquela cidade. Mas, se em algum lugar as pessoas não quiserem recebê-los, nem ouvi-los, vão embora. E na saída sacudam o pó das suas sandálias, como sinal de protesto contra aquela gente.

Então os discípulos foram e anunciaram que todos deviam se arrepender dos seus pecados. Eles expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, pondo azeite na cabeça deles.


Te louvamos, Senhor!


Jesus Cristo e os doze apóstolos, ícone ortodoxo.

HOMILIA

por Mons. Jonas,

bispo exarca para o Brasil

11 de junho de 2023


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.


Queridos irmãos e irmãs, neste 2º Domingo de Pentecostes, a Liturgia de nossa Igreja nos convida a refletirmos sobre o Evangelho de Marcos. O tema deste Domingo é a fé e a incrdulidade, dois conceitos que se opõe.


Na leitura do Antigo Testamente (Êx. 3, 7-12; 4, 10-17), ouvimos o diálogo entre Deus e Moisés, no qual Deus, movido por compaixão, chama Moisés ára agir em favor do seu povo: "De fato, tenho ouvido o pedido de socorro do meu povo e tenho visto como os egípcios os maltratam. Agora venha, e eu o enviarei ao rei do Egito para que você tire de lá o meu povo, os israelitas" (v. 9-10).


No entanto, Moisés se opõe ao chamado: “Por favor, Senhor!”, suplicou Moisés. “Envia qualquer outra pessoa!” (v.13). É lógico que ele apresentou seus motivos: medo, angústia, insegurança... acredita-se que, por ser gago, não seria ouvido pelo rei. Mas, Deus encontra outra saída: “E quanto a seu irmão Arão, o levita? Sei que ele fala bem. Veja, ele está vindo ao seu encontro e se alegrará em vê-lo. Fale com ele e diga as palavras que ele deve transmitir. Estarei com vocês dois quando falarem e os instruirei a respeito do que devem fazer" (v.14-15).


Vejamos, meus irmãos, eis aqui uma revelações importante: Deus respeita nossa resposta. Mesmo diante de nossas fraquezas, de nossa incredulidade (pois Moisés poderia, e deveria, ter crido em Deus), de nossas limitações, e de nossa negativa à Deus, Ele sempre encontra outro caminho para atender ao clamor do seu povo que sofre as mazelas da vida.


Já na Epístola aos Ramos (1,1-7; 16-17), Paulo escreve: "... não me envergonho das boas-novas a respeito de Cristo, que são o poder de Deus em ação para salvar todos os que creem" (v.16). Eis o contraponto entre a resposta de Moisés. Ambos foram chamados, mas cada um respondeu conforme a abertura do seu coração, conforme a profundidade de sua fé (ou da sua incredulidade).


Quando deixamos que as dúvidas tomem conta da nossa mente, e logo do nosso coração, duvidamos da ação de Deus sobre nossa vida, das bênçãos reservadas para nós, para nossa comunidade, nossa família e todos aqueles que Deus coloca em nossa vida. Precisamos aprender a ter fé (e isto é um exercícios diário e progressivo), pois, como nos lembra Paulo: "O justo viverá pela fé” (v.17).


Chegamos ao Evangelho (Mc. 6,1-13). Jesus retorna à cidade de Nazaré, onde ele tinha morado, e começa a ensinar na sinagoga no sábado. As pessoas que o ouvem ficam admiradas e questionam sobre a origem de sua sabedoria e de seus milagres, já que o conheciam como carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão. No entanto, Jesus afirma que um profeta é respeitado em toda parte, exceto em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa.


Apesar das expectativas das pessoas, Jesus não consegue realizar muitos milagres em Nazaré, devido à falta de fé demonstrada por eles. Ele se surpreende com essa falta de fé. Em seguida, Jesus continua seu ensinamento em outros povoados (como fez Deus em relação à Moisés chamando Arão), chamando os doze discípulos e enviando-os dois a dois para proclamar a mensagem de arrependimento e expulsar espíritos malignos.


Dessa forma, o texto apresenta algumas ideias principais e ensinamentos. Destaco os seguintes pontos:


- A falta de fé dos habitantes de Nazaré: As pessoas da cidade onde Jesus cresceu não conseguem reconhecer a grandeza de seus ensinamentos e milagres devido à sua familiaridade com Ele. Isso ilustra como muitas vezes a proximidade e a familiaridade podem obscurecer nossa percepção do divino. Nos consideramos conhecedores de Deus, "íntimos" dEle... tão íntimos que não O reconhecemos nas pessoas, no próximo...


- A importância da fé: A falta de fé em Nazaré limitou a capacidade de Jesus de realizar milagres. Não que Ele fosse incapaz, pois sabemos que Ele é o Todo-Poderoso, no entanto, Jesus não realizava milagres simplesmente para demonstrar seu poder, mas em resposta à fé ou para despertar a fé nas pessoas. Isso nos ensina sobre a importância da fé e da abertura da nossa mente e do coração para perceber e receber as bênçãos divinas em nossas vidas (tem muita gente que só percebe as desgraças, o pecado, o demônio...).


- O papel dos discípulos: Jesus envia os doze discípulos para espalhar sua mensagem e realizar milagres em Seu Nome. Essa ação destaca a importância da obra de evangelização da Igreja e da participação ativa dos seguidores de Jesus na difusão de seus ensinamentos, a exemplo de São Barnabé, que celebramos hoje. Devemos dar foco naquilo que Jesus disse e que chegou até nós através dos seus Evangelhos. Nossa hermenêutica (estudo e interpretação das Escrituras, o que cada palavra, frase e capítulos significam) deve ser Jesus Cristo e ninguém mais.


Portanto, meus irmãos, encerro esta reflexão enfatizando a necessidade de termos fé em Jesus de Nazaré, em Suas palavras e exemplos. A fé nos conecta com o poder de Deus, nos permite receber Suas bênçãos e nos capacita a sermos instrumentos de Sua obra no mundo. Que possamos cultivar diariamente essa fé, confiando plenamente em Jesus e vivendo de acordo com Suas palavras, para que possamos experimentar a plenitude da vida em comunhão com Deus e com o irmãos e irmãs, e sermos agentes de transformação em nosso meio, afinal, fomos chamados e enviados para isto e muito mais.


Que possamos cantar e proclamar como o salmista, que nos introduziu na Divina Liturgia de hoje: "Eu confio em teu amor, Senhor; o meu coração se enche de alegria e satisfação em tua salvação" (Sl. 13).


A Ele o louvor, a honra, a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.



ORAÇÃO

(da Coleta, da Divina Liturgia Galicana)


Ó Deus,

que instruístes os corações dos vossos fiéis

com a luz do Espírito Santo,

concedei-nos, nesse mesmo Espírito,

conhecer e saborear tudo o que é bom

e encontrar uma alegria incessante nas consolações que Ele nos dá.

Pedimos-Te por Jesus Cristo, vosso Filho, nosso Senhor,

que vive e reina contigo e com o Espírito Santo,

um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.


 

SANTOS DO DIA

São Barnabé, Discípulo e companheiro de São Paulo, apóstolo (séculoI)

José, a quem os Apóstolos apelidaram de Barnabé (que significa: o homem da consolação), era um levita de Chipre. Tinha terras, vendeu-as e colocou o dinheiro aos pés dos Apóstolos. São Barnabé, nos é conhecido pelo livro dos Atos dos Apóstolos. Judeu originário de Chipre, foi cristão das primeiras comunidades da era apostólica. Aceitou colocar todos os seus bens à disposição da Igreja e sobretudo, discernindo o carisma de Paulo, ele tem a audácia de apresentar aos apóstolos esse ex-perseguidor dos cristãos. Enviado pela Igreja de Jerusalém a Antioquia da Síria, descobre que os pagãos acolhem com alegria a Boa Nova de Jesus. Associando Paulo a este anúncio do Evangelho, podemos dizer que Barnabé favoreceu a sua vocação missionária. Ele participará com ele em sua primeira viagem a Chipre e à Ásia Menor e testemunhará com ele em Jerusalém diante de todos os líderes da Igreja das maravilhas que Deus realiza entre os pagãos. Este testemunho será decisivo para que a Igreja aceite acolher no seu seio os pagãos sem lhes impor as obrigações do judaísmo. Ambos tendo que ter seu próprio personagem, Barnabé se separa de Paulo após um desentendimento sobre um certo João-Marcos, provavelmente o futuro autor do Evangelho de Marcos. Barnabé então retorna a Chipre, onde a Tradição o faz morrer como mártir. Embora não seja um dos Doze, Barnabé, como Paulo, é honrado com o título de Apóstolo. A sua vida mostra que, sob o impulso do Espírito Santo, a Igreja foi missionária e católica (universal) desde as suas origens. (P. Alain Eck, Eglise en Pays d'Hérault, n°83).

Fonte: Nominis.


Santo Amável expulsando cobras. Vitral da Basílica de Saint Amabilis, Auvergne - Puy-de-Dôme, França.
St. Amabilis expulsa um demônio do corpo de uma pessoa possuída. Vitral da Basílica de Saint Amabilis, em em Auvergne - Puy-de-Dôme, França.

Santo Amável (Amabilis, Amable), sacerdote de Riom, em Auvergne, França (+ 475)

Pároco da cidade de Riom no Puy de Dome, no centro da França, Deus lhe deu, segundo seu compatriota, São Gregório de Tours, um poder de cura. Conta-se ainda que um dia, por falta de um cabide, pendurou o casaco num raio de sol. Por falta de encontrar onde colocar nossa vida neste mundo, podemos colocá-la na luz divina. São Gregório de Tours, chamado o pai da história, escreve falando deste padre de Riom que será proclamado santo pela voz do povo depois de sua morte em 475: 'Existia na província de Arverne um certo Amabilis de uma admirável santidade. Ele era um sacerdote da cidade de Riom e se destacava por suas grandes virtudes. Diz-se que ele frequentemente comandava as serpentes.' Além disso, este historiador, que veio rezar na igreja construída por Amável, foi testemunha ocular de dois milagres. Após sua morte em 475, continuou mesmo na morte a fazer milagres. Segundo a tradição, era frequentemente associado a lutar contra o demônio e manter o fogo e as cobras afastados.

Fonte: Nominis.








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