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A Santíssima Trindade

1º Domingo depois de Pentecostes



PRAELEGENDUM (Rm. 11, 33-36)

Ó profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus!

Quão incompreensíveis são os seus juízos e imperscrutáveis os seus caminhos!

Pois quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?

Ou quem lhe deu alguma coisa, primeiro, para que tenha de receber em troca?

Pois todas as coisas são dEle o Pai, por Ele o Filho, nEle o Espírito Santo;

a Ele seja dada glória por todos os séculos. Amém.



HINO

Adoremos o Pai e o Verbo Eterno

E o Espírito Divino, não criado.

Elevemos ao Céu o nosso canto

Com alegria.


Ninguém pode entender este mistério

Da indivisa e santíssima Trindade,

Mas os Anjos e os Santos a celebram

Na glória eterna.


Senhor dos mundos, Criador supremo

De tudo quanto tem sopro de vida,

Aquecei ao calor do vosso fogo

Os corações.


Com os Anjos e os Santos nas alturas

Nós Vos cantamos fervorosamente,

Até que um dia entremos na alegria

Da paz sem fim.



📖 EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São Mateus 28, 16-20

Naqueles dias, os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, adoraram-no eles que a princípio tinham duvidado. Jesus, aproximando-se, falou-lhes assim: "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo.


Te louvamos, Senhor!


Santíssima Trindade (contemporânea), de Anna Kolisnyk.

Hino 21

de Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego


«Tudo o que o Pai tem é Meu»

Tu brilhaste, manifestando como luz de glória

a luz inacessível da tua essência, Salvador,

e iluminaste esta alma mergulhada nas trevas. [...]

Alumiados pela luz do Espírito,

os homens olham o Filho, veem o Pai

e adoram a Trindade das Pessoas, o Deus único. [...]


Porque o Senhor [Cristo] é o Espírito (cf 2Cor 3,17),

Espírito é também Deus, o Pai do Senhor,

Verdadeiramente um só Espírito, pois é indiviso.

Aquele que O possui, possui em verdade os três,

mas distintamente cada um. [...]

O Pai existe e não é Filho,

pois é ingerado por essência.

O Filho não Se pode tornar Espírito,

o Espírito é Espírito não pode ser Pai.


O Pai é Pai, porque gera incessantemente. [...]

O Filho é Filho porque incessantemente é gerado

e foi gerado antes de todos os tempos.

Surgiu sem ser cortado da sua raiz,

mas está simultaneamente à parte sem estar separado

e inteiro e uno com o Pai vivo.

Ele próprio é vida e a todos dá a vida (cf Jo 14,6; 10,28).

Tudo o que o Pai tem, tem o Filho.

Tudo o que o Filho tem, tem o Pai.

Quando vejo o Filho, vejo o Pai.


O Pai é semelhante em tudo ao Filho,

salvo que um gera e o outro é incessantemente gerado. [...]

Como surge do Pai o Filho? Como a palavra sai do espírito.

Como Se separa dele? Como a voz se separar da palavra.

Como toma corpo? Como a palavra se escreve [...].


Nomes, ações, expressões,

tudo surgiu no mundo por ordem de Deus

Porque Ele deu nome às suas obras

e a cada realidade a designação devida. [...]

Mas, quanto ao seu próprio nome, jamais O conhecemos,

chamamos-Lhe «Deus inexprimível», como dizem as Escrituras (cf Gn 32,30).

Se Ele é inexprimível, se não tem nome,

se é invisível, se é misterioso,

se é inacessível, único acima de toda a palavra,

acima de todo o pensamento, não apenas dos homens,

mas também dos anjos,

«fez das trevas o seu véu» (Sl 17,12).

Tudo o mais aqui na Terra pertence às trevas;

só Ele, como luz, está fora das trevas.



🙏 ORAÇÃO

(Oração da Coleta, da Divina Liturgia Galicana)


Nós Vos suplicamos, ó Trindade Inefável, ilumina nossas mentes e inflama nossos corações com o desejo deslumbrante de conhecer-vos e viver de vós, por vós e em vós, Pai, Filho e Espírito Santo, para todo o sempre. Amém.



😇 Santos do Dia


Santo Onofre, eremita (anacoreta) no Egito (+400)

Pouco se sabe sobre sua vida, exceto o que é relatado por Pafnuzio, um monge do século V. Depois de ser monge em Ermópolis, Onofrio, a exemplo de João Batista e Elias, torna-se anacoreta e abraça o estado de vida mais perfeito: a solidão do deserto onde passa mais de 70 anos.

Pafnuzio, monge do Egito do século V, ansioso por conhecer os anacoretas do deserto, conhecer sua vida e sua experiência eremítica, de que tanto se falava naquela época e naquela região, então foi para o deserto em busca deles.

Depois de duas etapas feitas em 21 dias, exausto, ele caiu no chão; ele viu então aparecer uma figura humana de aparência terrível, coberta da cabeça aos pés apenas por longos cabelos e algumas folhas.

Essa vestimenta era comum nos anacoretas, que, acostumados a ficar sós e vistos apenas por anjos, acabaram dispensando uma vestimenta difícil de obter ou substituir ali no deserto.

Inicialmente assustado, Pafnuzio tentou fugir, mas a figura humana o chamou e lhe disse para ficar, então ele entendeu que havia encontrado quem procurava, era um anacoreta. A confiança mútua se estabeleceu, as confidências começaram, o eremita disse que seu nome era Onofre e estava no deserto há 70 anos e nunca mais vira uma alma viva, ele se alimentava de ervas e descansava em cavernas; mas inicialmente não foi assim, ele viveu em um mosteiro da Tebaida em Ermópolis, junto com uma centena de monges.

Mas ansiosos por uma vida mais solitária seguindo o exemplo de S. João Batista e o profeta Elias, deixaram o mosteiro para se dedicar à vida de eremita. Depois de alguns dias no deserto com pouca comida, ele encontrou outro eremita em uma caverna, a quem pediu para iniciá-lo naquela vida muito particular.

O eremita o satisfez e depois o acompanhou a um lugar que era um oásis com palmeiras, ficou com ele por trinta dias e depois o deixou sozinho, voltando para sua caverna. Uma vez por ano o eremita vinha visitá-lo e consolá-lo, mas em uma dessas visitas, assim que chegou, fez uma reverência para cumprimentá-lo e desmaiou morrendo; cheio de tristeza Onofre o enterrou em um lugar próximo ao seu retiro.

Onofre então conta a Pafnuzio como ele se adaptou às mudanças das estações, como resistiu ao clima e como se sustentou, um anjo fornecia seu alimento todos os dias, o mesmo anjo lhe trazia Comunhão. O milagre do anjo também foi visto por Pafnuzio, que Onofre conduziu à sua ermida de Calidiomea, o lugar das palmeiras.

Eles continuaram suas conversas espirituais até que o santo anacoreta disse: "Deus o enviou aqui para dar ao meu corpo um enterro adequado, pois cheguei ao fim da minha vida terrena". Pafnuzio propôs a Onofre tomar seu lugar, mas o eremita respondeu que não era a vontade de Deus, ele tinha que voltar ao Egito e contar o que havia presenciado.

Depois de tê-lo abençoado, ajoelhou-se em oração e morreu; Pafnuzio o cobriu com parte de sua túnica e o enterrou em um barranco da rocha. Antes de partir, um deslizamento de terra arruinou a caverna de Onofre, derrubando também as palmeiras, sinal da vontade de Deus, que naquele lugar ninguém mais teria vivido como eremita.

A 'Vida' escrita por Pafnuzio também é conhecida em várias revistas orientais, gregas, coptas, armênias, árabes; na verdade, apresenta-nos um elogio da vida monástica cenobítica e, ao mesmo tempo, uma apresentação do estado de vida mais perfeito: a solidão no deserto.

Independentemente da existência histórica de Onofre, a 'Vida' grega de Pafnuzio conclui dizendo que o santo eremita morreu em 11 de junho, porém Santo Onofre é comemorado em 12 de junho nos sinassários bizantinos. Antônio, arcebispo de Novgorod relata que em seu tempo (1200) a cabeça de Onofre foi mantida na igreja de São Acindino.

O seu culto e a sua memória estenderam-se a todos os países da Ásia Menor e do Egito, todos os calendários destas regiões mostram-lhe uns a 10, outros a 11, outros a 12 de Junho; em árabe é o Abü Nufar (o herbívoro), qualificação que se encaixa perfeitamente.

A imagem do Santo anacoreta nu, coberto apenas de pelos, foi objeto da representação figurativa na arte, em todos os séculos, enriquecida com os muitos detalhes narrados, a tanga de folhas, o camelo, a caveira, a cruz, o pão com o cálice, o anjo.

O nome Onofre é de origem egípcia e significa 'ele está sempre feliz'. No Egito era um nome de Osíris.

Fonte: Santi e Beati.



São Pedro, o Athonita – afresco do mosteiro de Chevetogne (Bélgica)

São Pedro (o Athonita), eremita no Monte Athos (+834)

Ele foi o primeiro soldado do exército bizantino. Durante uma campanha contra os árabes, foi feito prisioneiro e encarcerado em Samara, perto de Bagdá. Liberto, quis tornar-se monge e veio para Roma com esta intenção, daí o nome monástico que então recebeu. Ele retornou ao Oriente e retirou-se para as cavernas da Montanha Sagrada de Athos. Vestido com o manto da impassibilidade, ele passou cinquenta e três anos lá em hesiquia, suportando facilmente os rigores do clima e da solidão, a contemplação divina servindo-lhe ao mesmo tempo como alimento, roupa e consolo. Assim, ele foi encontrado descansando no sono eterno, deitado com as mãos cruzadas em atitude de oração. Suas relíquias foram homenageadas com inúmeras curas.

A santidade de Pedro, comprovada pelos muitos milagres que ele realizou por suas relíquias uma vez morto, era tão evidente que um ofício em sua homenagem foi logo composto: o cânon das matinas é de fato pela mão de São José l Hymnographer, falecido em 886. Sua Vida, com dois documentos mais antigos, foi reunida entre 970 e 980 por um monge de Athos chamado Nicolau e retomada no século XIV por São Gregório Palamas em seu "Discurso sobre a Vida Admirável e Angélica de Pedro", que é um elogio da vida hesicasta.

Fonte: Nominis.



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